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terça-feira, 21 de abril de 2020

Será que o Homem é livre?

As grandes questões que se impõem, ao longo da vida do Homem, são usualmente do tema metafísico. Destas, destacam-se a existência de Deus, o verdadeiro sentido da vida e o Livre-arbítrio. Neste artigo, irei, como tal, abordar a terceira questão.


Será que o Homem é livre?


             Entre diversos, esta questão poderá soar bastante absurda, dado que nos sentimos livres. O Homem admite que todas as suas decisões são inteiramente da sua responsabilidade. Daí existir um sistema judicial e legislativo que responsabiliza cada elemento da sociedade pelas suas ações tomadas que vão contra a constituição. Contudo, a longo prazo tendo em conta a evolução tecnológica exponencial, este é talvez um dos conceitos fundamentais a discutir. São diversas as abordagens tomadas por filósofos e cientistas para derrubar esta ideia de liberdade. Ainda assim, antes de apresentar os argumentos que suportam este determinismo, é necessário definirmos o conceito de Livre-arbítrio e de Determinismo.




             Para vários a liberdade assenta num sistema anárquico. Para outros, este é um conceito relativo porque tudo dependerá do meio que perspetivamos. Por exemplo quando comparamos um cidadão comum a um presidiário, tendemos a afirmar que o cidadão comum é livre. No entanto, não é nenhuma destas definições que se procura. O livre arbítrio assenta na ideia de que o Homem tem absolutamente liberdade para tomar as suas escolhas. Em contraponto, o Determinismo assenta na ideia de que tudo está pré-determinado e o Homem é uma mera marionete do espetáculo do universo.
Agora que já foram abordados os conceitos necessários já é possível apresentar os factos que colocam em causa a nossa “Liberdade”.

Em primeiro lugar, é possível abordar um possível determinismo do ponto de vista físico. Diversas ideias surgiram sobre o espaço-tempo, mais especificamente sobre a forma como se comporta no seu suposto início e fim. Entre estas destacou-se uma ideia de que o espaço tempo não era infinito, contudo finito e ilimitado. Por outras palavras segundo esta ideia não haveria princípio nem fim do tempo Este não passaria, assim dum ciclo, onde todos os pontos do tempo teriam a mesma característica. Desta forma o universo seria governado por uma constante inflação e consequente contração do espaço tempo, e os acontecimentos adjacentes a este seriam inversos nos dois momentos. Não irei abordar de forma muito aprofundada o tempo, contudo, ao longo da inflação a desordem do universo aumentaria, e consequentemente, ocorreria a contração do mesmo, onde a desordem diminuiria exatamente da mesma forma quase como se houvesse um eixo de simetria no ponto onde a velocidade de expansão do universo seria zero. Concluir-se-ia que o tempo poderia ser abordado como um ciclo que se repetiria infinitamente e o Homem estaria aprisionado a um comportamento em função do aumento da desordem pré-determinada por todos os outros ciclos temporais.

Em segundo lugar, o determinismo humano pode ser suportado através de uma perspetiva neurológica. A este, denomina-se de determinismo biológico. Diversos estudos demonstram que as escolhas feitas pelo Homem, estão pré-determinadas pelo subconsciente. A título exemplificativo, destaca-se um estudo feito com um individuo e um dispositivo que lê as ondas cerebrais e aprende sobre as mesmas. Este estudo tem como base um jogo.

             O indivíduo deve carregar num botão antes deste ficar vermelho. Com o passar do tempo enquanto o indivíduo “joga o jogo”, o dispositivo começa a acender a luz antes de sequer este fazer a escolha de carregar no botão. Daqui conclui-se efetivamente que as nossas escolhas são fortemente influenciadas pelo nosso subconsciente, sendo este altamente sugestível, quer pelo ambiente como pelo código genético intrínseco a cada ser humano. Esta teoria demonstra uma grande coerência, no sentido que todo o universo obedeceria consequentemente ao determinismo físico.

             Para além disso o determinismo pode ser abordado de outro modo. A inteligência artificial tem tido um papel crescente na vida Humana. Ainda assim, apesar de se falar da potencial “consciencialização da máquina” muitos cientistas continuam a referir que a robótica nunca atingirá o ponto de livre-arbítrio. Para além disso, outras comunidades científicas afirmam sobre a potencialidade dos robots atingirem um nível humano. Combinando ambas as teorias, poder-se-ia afirmar que a inteligência artificial poderia atingir o nível de humanidade, sendo o conceito de consciência e livre arbítrio mera ilusão?

             Após todos os argumentos demonstrados, diversos problemas são levantados como:
Será correto julgar alguém pelos seus atos, existindo a forte probabilidade da responsabilidade social e individual não existir?

             Este problema representa um paradoxo a nível mental, uma vez que cada ser humano sente-se livre.
             A tendência seria afirmar que não somos livres e cairmos consequentemente numa profunda angústia existencial. Tal sentimento traduzir-se-ia num conformismo, que não é compatível como a convivência social. Como tal, de modo a vivermos uma vida minimamente motivante, é fundamental crermos que temos o poder de mudar o rumo da nossa vida, tendo em conta o facto de a verdadeira imparcialidade não existir, porque todo o Homem é fruto de um código genético associado a uma vivência social.

Deixo aqui um vídeo acerca do estudo do determinismo biológico.





Obrigado,
Rodrigo Santos

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