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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Efeito Nocebo

Boa noite a todos,

Em contraposição ao meu artigo anteriormente escrito, hoje decidi abordar o efeito de sugestão de um ponto de vista negativo, que se traduz num conceito menos conhecido: o Efeito Nocebo. Seguindo a mesma linha de pensamento, a palavra “Nocebo” provem do Latim, e significa “fazer mal”. Atualmente, diversas comunidades científicas trabalham arduamente na tentativa de explicarem através de evidência científica o porquê dos nossos desejos, ou expectativas, influenciarem o comportamento do nosso corpo.                          

             No entanto, diversos estudos têm sido feitos, não na descoberta do porquê, mas sim, qual o máximo potencial deste efeito. Um dos estudos feitos assentou num suposto teste de densidade óssea. O voluntário acredita que vai à clínica para realizar este estudo de modo a testar o potencial deste efeito, os responsáveis contrataram um ator para que ele saísse da sala de exames a fingir uma dor. Este processo é fundamental na antecipação da dor do individuo em estudo. 
             Quando, o individuo entra na sala de exame, é avisado que este teste poderá provocar alguma dor, de forma progressiva. A primeira fase do exame é iniciada e o “médico” pede para o voluntário descrever a dor e classificá-la de 0 a 10. Incrivelmente, este descreve sentir um calor no braço e uma dor crescente. O exame passou por diversas fases progressivas e o voluntário continuava a descrever uma dor cada vez maior, chegando a um ponto insuportável. À posteriori o “médico” explica ao individuo que no exame não fora utilizado nenhum dispositivo nocivo ou fonte de dor.

             Este estudo realizado, tem um cariz ético bastante difícil de caracterizar e coloca algumas questões fundamentais, tais como:
Deve-se informar o utente acerca de todos os riscos de um exame, ou operação, sendo que afeta diretamente a forma como o paciente irá sentir os efeitos deste exame ou operação?
Será eticamente correto realizar estudos que provocam dor nos voluntários, por um bem maior?



A partir de outros estudos é também possível aferir que a dor nunca é física, mas sim psicológica. Contudo, a esta é fulcral ao funcionamento do corpo humano, pois representa um aviso de que este pode estar em risco. Existe, efetivamente, na nossa sociedade, uma síndrome (de Riley-day). Esta doença tem como base um problema no funcionamento dos neurónios sensitivos, que provoca convulsões, insensibilidade à dor, incapacidade de produzir lágrimas entre outros. Esta doença representa um grande perigo, porque quem é afetado pela mesma não sente as situações em que o seu corpo está em perigo. 

Deixo aqui um vídeo onde o estudo referente ao efeito nocebo é descrito ao pormenor:




Obrigado,
Rodrigo Santos

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