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segunda-feira, 13 de abril de 2020

Mente sã, um corpo são

“Mens sana in corpore sano”

É comum ouvirmos esta expressão no dia a dia, que significa “mente sã um corpo são”. Este paradigma foi tomado desde muito cedo pelas civilizações mais antigas, (Grécia e Roma antiga). Contudo, recentemente têm sido feitos diversos estudos sobre este tema que abordam o facto da simbiose entre o corpo e a mente serem mais fortes do que aquilo que é estigmatizado socialmente. Um dos claros exemplos que cobrem esta simbiose recai sobre o efeito placebo que será especificado ao longo deste artigo.


De modo a compreendermos melhor o efeito placebo, devemos recuar ao século XVIII, nos EUA. Elisha Perkins, nascido a 1741, havia criado um dispositivo médico fraudulento: o Perkins Patent Tractors. Este dispositivo consistia num conjunto de pontas metálicas, que Perkins afirmava serem feitos de uma liga metálica distinta. Este dispositivo visava tratar reumatismos, inflamações, e dores na cara e no rosto, através da sua inserção na cavidade nasal. 

             Nenhuma fonte especifica o modo como o tratamento era feito, porém Elisha afirmava que estes removiam a corrente elétrica responsável pela dor, através da interação eletromagnética deste metal. Elisha vangloriou-se, pois foram milhares os curados através deste método.


No entanto, anos mais tarde, John Haygarth demonstra pela primeira vez o efeito placebo, (apesar deste já ser abordado desde há 30 anos da sua época), provando que Perkins Patent Tractors não passava de uma fraude. O médico comparou o tratamento com peças de madeira, em cinco pessoas e os resultados foram bastante idênticos. Assim este médico havia demonstrado, pela primeira vez que o ser humano é capaz de imaginar a dor e, ao mesmo tempo, a cura para a mesma.

             Atualmente, apesar da ciência não ser capaz de justificar de forma evidente este efeito, são muitos os ramos da saúde que se suportam no mesmo, tais como homeopatia, hipnoterapia, entre outros...

A homeopatia consiste numa área da medicina que oferece a cura para as doenças mais comuns, através de medicamentos à base de soluções com um enorme fator de diluição. Por este motivo, existe um grande conflito entre diversos investigadores e os profissionais desta área dado que o custo associado aos medicamentos é elevadíssimo.  
Quanto à hipnoterapia, muitas são as aplicabilidades desta área, (desde tratamento de fobias, a problemas asmáticos), entre as quais se destaca o tratamento do vício relativo ao tabagismo. Por muito irónico que pareça, esta é uma realidade que se mostra funcional, e cada vez mais são os casos de pessoas, que recorrem a este método para “largarem o vício”.    

             Este artigo tem o objetivo de mostrar que somos uma espécie com maior potencial do que o acreditado. Para além disso, provar também que todas as áreas são fundamentais ao desenvolvimento de uma sociedade, principalmente a psicologia.
Pretendo ainda, que, através destes factos se levantem diversas questões fundamentais tais como:
Será cientificamente correto aplicar um tratamento que se desconhece as causas do mesmo numa massa populacional tão grande?
Será que o facto de vivermos numa sociedade à base de ganância corrobora o efeito placebo, na medida em que, ao ser comprado um medicamento mais caro, acredita-se que fará mais efeito em termos medicinais?

Muito obrigado,

Rodrigo Santos

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