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segunda-feira, 20 de abril de 2020

O que explica o número tão elevado de infetados e de mortos nos Estados Unidos?

             Nos últimos tempos, um pouco por todo o mundo, várias nações têm vindo a ser atingidas por esta terrível pandemia. No entanto, existem países que têm vindo a ser mais afetados do que outros, devido à rapidez da tomada de decisão quanto às medidas de contenção à propagação deste vírus.
             No artigo de hoje vamos olhar com maior detalhe para os Estados Unidos, o atual epicentro do novo coronavírus, e mostrar algumas da razões que, segundo a BBC, levaram a que este apresentasse atualmente o maior número de infetados, bem como de mortes.


A resposta demorada da Casa Branca


             Este foi talvez um dos principais fatores responsável pelo elevado números casos em território americano pelo que não foram apenas especialistas a reconhecê-lo bem como a própria Casa Branca.


Foto: ABC News
O primeiro caso de coronavírus nos EUA ocorreu no dia 21 de janeiro, mas só passados dez dias Donald Trump tomou a sua primeira medida ao impossibilitar a entrada de estrangeiros em solo americano que tivessem estado na China nos últimos 14 dias. No entanto, esta foi a única medida adotada até meados de março, desvalorizando-se até esse momento, o distanciamento social e o fecho de espaços com grande aglomeração de pessoas. 

             Para além disto tudo, o presidente dos Estados Unidos mostrou-se bastante confiante e otimista em relação a esta pandemia, afirmando que a situação estaria resolvida com a chegada do verão.


Testes


             Os testes foram um dos grandes problemas dos Estados Unidos. Tudo começou quando a CDC se tornou na única empresa a fabricar testes para os Estados Unidos. No entanto, veio-se a descobrir mais tarde que os mesmos eram defeituosos e necessitavam de ser substituídos e todo esse processo levou a que se atrasasse a capacidade de resposta, fazendo com que muitos estados estivessem mais de um mês sem conseguirem testar possíveis casos suspeitos.


Foto: Postal do Algarve


Acesso a serviços de saúde


Este é um dos grandes problemas dos Estados Unidos, não de agora, mas desde sempre, uma vez que o seu serviço nacional de saúde é totalmente dependente de privados.

O problema deve-se ao facto de uma grande parte da população americana não ter acesso a estes serviços de saúde, o que é bastante problemático numa altura em que é necessário testar e dar assistência a um número vasto de pessoas.


Foto: ClearPath Benefit Advisors
Esta restrição, leva a que todos os anos, milhões de cidadãos americanos, evitem frequentar as urgências, uma vez que não possuem meios para pagar os valores astronómicos cobrados por uma consulta, e muito menos por um plano de saúde. 



             
             Derivado a isto, existirão muitas pessoas infetadas que não terão acesso a assistência médica, nem a testes, o que constitui um perigo para a saúde pública, uma vez que ao não estarem a ser controladas, poderão infetar muitas mais pessoas e desenvolver graves problemas de saúde.


Grande desorganização


             Os Estados Unidos, como todos sabemos, é constituído por inúmeros estados, tendo cada um deles independência para tomar as suas próprias decisões. Esta autonomia, leva a que as medidas contra esta pandemia, não sejam tomadas em conjunto, havendo por isso estados que as adotaram desde muito cedo, como é o caso da Califórnia, enquanto outros, apenas começaram a aplicá-las já numa fase mais avançada.


Foto: Toda a Matéria

O que concluimos? 


             Como observamos, foram muitos os fatores que fizeram dos Estados Unidos o atual epicentro da epidemia. O número de infetados e de óbitos poderia ter sido reduzido, caso as medidas fossem tomadas mais precocemente e abrangessem em simultâneo todo o território americano e não apenas alguns estados. O serviço nacional de saúde americano é algo que deve ser melhorado fortemente nos próximos anos de modo a que o seu acesso seja universal a todos os cidadãos americanos, tal como acontece na União Europeia, na medida em que só assim se consegue prevenir e travar surtos futuramente.


Obrigado,
Miguel Tavares



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