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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Petróleo em Nova Iorque atinge valores negativos

Boa noite a todos os leitores,

             O dia 20 de abril fica na história como o primeiro dia em que o petróleo perdeu todo o seu valor e negociou em terreno negativo.
             Devido à pandemia do novo coronavírus registou-se uma queda súbita na procura deixando, desta forma, o mercado repleto de petróleo parado. Isto, aliado ao facto de as notícias que os Estados Unidos não teriam capacidade de armazenamento, causou o pânico nas bolsas.
Abaixo um gráfico da Bloomberg que mostra a dimensão desta quebra.


Fonte: Bloomberg

             Esta perda refere-se às entregas de petróleo que serão feitas em maio, com o West Texas Intermediate, este que serve de referência para o mercado norte-americano. Este que registou uma descida de 55 dólares, fixando-se nos -37 dólares. 

             Por outro lado, o preço do barril de referência para Portugal - o de Brent- registou uma descida, no entanto, nada comparável à da WTI, registando perdas de -7.83% para os 22,07 dólares (9h50).
             Comparativamente às entregas de junho, o barril de Nova Iorque desceu para os 21,60 dólares. A diferença entre maio e junho está a ser a maior da história entre contratos de doidois meses consecutivos.

Bob Yanger, especialista do banco de investimento Mizuho, em declarações à agência Reuters diz que "É um dia histórico. O que significa que não há mais armazenamento disponível e o preço da mercadoria é basicamente inútil". "As empresas não querem o petróleo, como não há onde colocá-lo tem de se literalmente despejá-lo." 
             Finaliza dizendo que "quando é menos de um dólar, estes pagam um dólar para tirá-lo de lá". Podemos então concluir que os produtores estão literalmente a pagar para se livrarem dos seus produtos.

             "Em condições normais seria um estímulo para a economia em todo o mundo significando um acréscimo de 2% no PIB mundial" diz John Kilduff, do fundo de investimento Again Capital LCC.  Porém, com o facto do decréscimo acentuado do consumo de combustível, tem sido catastrófico para os produtores que não conseguem escoar a produção.
             Louise Dickson, analista da Rystad Energy diz que é um momento histórico que demonstra a instabilidade de preços que temos vividos desde março. Sendo que aponta para um facto do mercado ignorar quando o problema do excesso de oferta tornou-se evidente.
             Outro fator de realçar foi o conflito de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia que acabou numa trégua no início de Abril decidindo reduzir a produção em cerca de 10 milhões de barris por dia.

O que se conclui?


             A comunidade internacional em conjunto, sabendo a volatilidade dos mercados dado os desafios que tinha pela frente deveria ter tomado medidas de controlo de danos, que minimizassem as consequências da quebra na procura. Esta que assume a dimensão de 30 milhões de barris por dia.
             Não tomando tais medidas chegamos ao ponto de hoje e estima-se que em junho acontecerá o mesmo que assistimos atualmente, são necessárias medidas.

É tudo por hoje, quaisquer dúvidas/sugestões geralfcnp@gmail.com ou através das nossas redes sociais.

Fiquem seguros 
Obrigado e até breve,

Daniel Branco



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