No dia 20 de Abril, a sonda MESSENGER completou a sua 3000.ª órbita de Mercúrio e está agora mais perto do planeta do que qualquer outra sonda, descendo até uma altitude de 199 km acima da superfície do planeta.
A MESSENGER tem completado três órbitas [em torno de Mercúrio] por dia desde Abril de 2012, quando duas manobras de correção orbitais reduziram o seu período orbital de 12 para 8 horas. A órbita mais curta permitiu à equipe científica explorar novas questões sobre a composição de Mercúrio, evolução geológica e ambiente, levantadas por descobertas feitas durante o primeiro ano de operações orbitais.
Carolyn Ernst, do mesmo laboratório, que lida com o instrumento MLA (Mercury Laser Altimeter), disse que a mudança de uma órbita de 12 horas para uma órbita de 8 horas deu à sua equipe 50% mais dados de altimetria. "Quantos mais dados adquirirmos, melhor conseguimos resolver a topografia do planeta," comenta. "A órbita de 8 horas também nos permite obter mais medições da refletividade, que têm fornecido pistas importantes para a caracterização em radar de brilhantes depósitos nas latitudes altas do norte."
David Lawrence, cientista que participa na missão MESSENGER, disse que está animado com o que as órbitas de baixa-altitude vão revelar sobre a composição da superfície de Mercúrio. "Até hoje, as nossas medições da composição com dados raios-X e raios-gama resolveram apenas áreas muito grandes da superfície de Mercúrio. A altitudes de 100 km ou menos, a MESSENGER nos permitirá identificar as assinaturas composicionais de características geológicas específicas, que por sua vez vão ajudar-nos compreender como é que a superfície se formou e mudou ao longo do tempo."
O ponto da órbita, mais próximo da superfície, continuará a diminuir até à primeira manobra de correção orbital, marcada para o dia 17 de Junho.
"O último ano das operações orbitais da MESSENGER será uma missão completamente nova," acrescenta Sean Solomon, pesquisador principal da sonda, do Observatório da Terra Lamont-Doherty da Universidade de Columbia. "Com cada órbita, as nossas imagens, as nossas medições da composição da superfície, e as nossas observações dos campos magnéticos e de gravidade do planeta serão de resolução cada vez maior. Seremos capazes de caracterizar pela primeira vez o ambiente de partículas perto da superfície de Mercúrio. Mercúrio tem teimosamente mantido bastantes segredos, mas muitos vão finalmente ser revelados."