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domingo, 3 de maio de 2020

Será o teletrabalho para continuar no pós-COVID-19?

Vivemos em tempos de exceção, únicos nas suas características. Com os obstáculos impostos por esta pandemia, dando o exemplo do facto de não poder existir grandes aglomerados de pessoas num determinado local, uma grande parte das empresas optou pelo teletrabalho. Este que foi depois tornado obrigatório pelo Governo, nas atividades que o permitem, até pelo menos 1 de junho.
Com uma grande quantidade de trabalhadores neste regime à distância podem-se tirar conclusões se este método beneficia tanto empresa como trabalhadores e, talvez, fazer desta crise uma oportunidade para evoluir.

No ensino, a transição foi feita, na grande maioria das universidades, de uma forma bastante fazível e tranquila. Muitas mantiveram os seus horários de forma a tentar a fazer parecer a maior normalidade possível. As aulas são feitas através de plataformas como o Zoom, Microsoft Teams ou Google Classrooms e permitem o leccionamento das matérias de forma fácil. 

Quanto às avaliações, a generalidade das universidades adotou a avaliação por exame final, atribuindo-lhe uma grande percentagem. Outros testes têm sido executados por via de outras plataformas, como é exemplo do Moodle, este que permite uma excelente organização

Quanto à atividade laboral, os tipos de emprego que o permitem estão a "dar-se" relativamente bem com as novas formas de se comunicar com os restantes colegas e coordenadores. 
De acordo com uma sondagem levada a cabo pela plataforma Pplware 89% dos inquiridos apoiam uma eventual consideração por parte das empresas sobre uma eventual adoção do teletrabalho após a pandemia de COVID-19 em contraste com os 11% que defendem a não continuação deste regime. De notar que se encontravam em trabalho à distância 65% dos inquiridos neste questionário.

Noutro inquérito, desta vez, por parte do Prémio 5 Estrelas, 500 pessoas foram inquiridas sobre se o teletrabalho poderia ser uma opção viável num pós-pandemia. As respostas indicam que foi preciso uma adaptação em conciliar o trabalho com as tarefas em casa, na medida em que a certo ponto podem cruzar-se, o que seria prejudicial. Quanto à produtividade, os inquiridos relevam que aumentou, talvez explicando-se pelas horas de sono poupadas em deslocações para o trabalho e menos stress em geral. 
A grande questão é se os trabalhadores prefeririam trabalhar em casa. Respondem que de forma alternada seria o mais vantajoso.




No seu artigo de opinião no jornal Público, João Paiva, professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto escreve que a retoma das condições sociais e laborais trará excelente oportunidades para o blended-work, um mix de trabalho em casa e trabalho presencial, no entanto deixa alguns reparos que devemos ter em conta:


É preciso autonomia responsabilizante

  • Por palavras do próprio é necessário abolir as lideranças que não confiam nos trabalhadores.
  • Delegar confiar e avaliar, pedindo responsabilidade e medindo a produtividade.
  • Gerar mais confiança e menos controlo

Cada trabalhador é um caso

  • Aquela frase - "há pessoas e pessoas".
  • Existem pessoas que não se serão bem com o regime de teletrabalho. Dá o exemplo de pessoas conhecidas que se regem por " trabalho é trabalho, casa é casa". Perfeitamente compreensível.
  • A entidade patronal terá de analisar estes casos para que consiga extrair do trabalhador a maior produtividade possível

A ocasião gerou competências novas

  • Os trabalhadores, ao longo destes tempos, tiveram a oportunidade de aprender a trabalhar através de plataformas que desconheciam. Como já referi, o Zoom ou Skype  são exemplos delas. 
  • Mas também, as suas competências em gestão de tempo foram bastante postas à prova e desenvolvidas.

Necessidade de desenvolvimento de legislação 

  • Só será possível de se realizar em massa se existir uma legislação clara quanto à flexibilização do horário de trabalho e dias efetivamente no local de trabalho.
  • João Paiva apela ao compromisso do panorama político, com a ajuda dos sindicatos.

Oportunidade de alívio na pressão urbana

  • Consequências positivas no trânsito que leva à diminuição da emissão de gases poluentes para a atmosfera, diminuição de acidentes, de stress generalizado. 
  • A hipótese da ruralização, fixação nas periferias das cidades o que poderá levar ao desenvolvimento de zonas mais isoladas.

Vida Pessoal e dinâmicas familiares 

  • Esta nova realidade possibilitaria uma maior proximidade e fortalecimento de relações interpessoais, principalmente com o nosso agregado familiar.
  • Desta forma, João Paiva afirma "trabalhadores mais felizes e emocionalmente equilibrados produzirão mais e melhor".

Aqui está um pequeno resumo das ideias, porém aconselho uma leitura mais aprofundada. Podem aceder, clicando aqui.

O que se conclui?


Conclui-se assim que se abre aqui uma excelente oportunidade de as empresas repensarem e reformularem totalmente a forma como operam de forma a que seja possível uma maior produtividade dos seus trabalhadores. Cabe a todos nós lutar para que isso aconteça e fazer a nossa parte para que seja benéfico tanto para os trabalhadores tanto para as empresas.

Fiquem seguros
Obrigado e até breve,

Daniel Branco


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