Com uma grande quantidade de trabalhadores neste regime à distância podem-se tirar conclusões se este método beneficia tanto empresa como trabalhadores e, talvez, fazer desta crise uma oportunidade para evoluir.
No ensino, a transição foi feita, na grande maioria das universidades, de uma forma bastante fazível e tranquila. Muitas mantiveram os seus horários de forma a tentar a fazer parecer a maior normalidade possível. As aulas são feitas através de plataformas como o Zoom, Microsoft Teams ou Google Classrooms e permitem o leccionamento das matérias de forma fácil.
Quanto às avaliações, a generalidade das universidades adotou a avaliação por exame final, atribuindo-lhe uma grande percentagem. Outros testes têm sido executados por via de outras plataformas, como é exemplo do Moodle, este que permite uma excelente organização
Quanto à atividade laboral, os tipos de emprego que o permitem estão a "dar-se" relativamente bem com as novas formas de se comunicar com os restantes colegas e coordenadores.
De acordo com uma sondagem levada a cabo pela plataforma Pplware 89% dos inquiridos apoiam uma eventual consideração por parte das empresas sobre uma eventual adoção do teletrabalho após a pandemia de COVID-19 em contraste com os 11% que defendem a não continuação deste regime. De notar que se encontravam em trabalho à distância 65% dos inquiridos neste questionário.
Noutro inquérito, desta vez, por parte do Prémio 5 Estrelas, 500 pessoas foram inquiridas sobre se o teletrabalho poderia ser uma opção viável num pós-pandemia. As respostas indicam que foi preciso uma adaptação em conciliar o trabalho com as tarefas em casa, na medida em que a certo ponto podem cruzar-se, o que seria prejudicial. Quanto à produtividade, os inquiridos relevam que aumentou, talvez explicando-se pelas horas de sono poupadas em deslocações para o trabalho e menos stress em geral.
A grande questão é se os trabalhadores prefeririam trabalhar em casa. Respondem que de forma alternada seria o mais vantajoso.
No seu artigo de opinião no jornal Público, João Paiva, professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto escreve que a retoma das condições sociais e laborais trará excelente oportunidades para o blended-work, um mix de trabalho em casa e trabalho presencial, no entanto deixa alguns reparos que devemos ter em conta:
É preciso autonomia responsabilizante
- Por palavras do próprio é necessário abolir as lideranças que não confiam nos trabalhadores.
- Delegar confiar e avaliar, pedindo responsabilidade e medindo a produtividade.
- Gerar mais confiança e menos controlo
Cada trabalhador é um caso
- Aquela frase - "há pessoas e pessoas".
- Existem pessoas que não se serão bem com o regime de teletrabalho. Dá o exemplo de pessoas conhecidas que se regem por " trabalho é trabalho, casa é casa". Perfeitamente compreensível.
- A entidade patronal terá de analisar estes casos para que consiga extrair do trabalhador a maior produtividade possível
A ocasião gerou competências novas
- Os trabalhadores, ao longo destes tempos, tiveram a oportunidade de aprender a trabalhar através de plataformas que desconheciam. Como já referi, o Zoom ou Skype são exemplos delas.
- Mas também, as suas competências em gestão de tempo foram bastante postas à prova e desenvolvidas.
Necessidade de desenvolvimento de legislação
- Só será possível de se realizar em massa se existir uma legislação clara quanto à flexibilização do horário de trabalho e dias efetivamente no local de trabalho.
- João Paiva apela ao compromisso do panorama político, com a ajuda dos sindicatos.
Oportunidade de alívio na pressão urbana
- Consequências positivas no trânsito que leva à diminuição da emissão de gases poluentes para a atmosfera, diminuição de acidentes, de stress generalizado.
- A hipótese da ruralização, fixação nas periferias das cidades o que poderá levar ao desenvolvimento de zonas mais isoladas.
Vida Pessoal e dinâmicas familiares
- Esta nova realidade possibilitaria uma maior proximidade e fortalecimento de relações interpessoais, principalmente com o nosso agregado familiar.
- Desta forma, João Paiva afirma "trabalhadores mais felizes e emocionalmente equilibrados produzirão mais e melhor".
Aqui está um pequeno resumo das ideias, porém aconselho uma leitura mais aprofundada. Podem aceder, clicando aqui.
O que se conclui?
Conclui-se assim que se abre aqui uma excelente oportunidade de as empresas repensarem e reformularem totalmente a forma como operam de forma a que seja possível uma maior produtividade dos seus trabalhadores. Cabe a todos nós lutar para que isso aconteça e fazer a nossa parte para que seja benéfico tanto para os trabalhadores tanto para as empresas.
Fiquem seguros
Obrigado e até breve,
Daniel Branco
Fiquem seguros
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Daniel Branco
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