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sábado, 2 de maio de 2020

Como funcionam as apps de rastreamento de contactos?

             Nas últimas semanas, várias empresas ligadas ao mundo digital têm vindo a desenvolver apps de rastreamento de contactos. Estas permitem saber se uma determinada pessoa esteve próxima de alguém infetado com o novo coronavírus. Esta aplicação é uma mais valia para prevenir a propagação desta pandemia. No entanto, têm surgido algumas dúvidas quanto à utilização dos dados que a mesma pode vir a fazer. Para esclarecer esta e outras perguntas o artigo de hoje mostrará como vai funcionar esta app revolucionária. 


Até aqui, a identificação das pessoas que estiveram em contacto com um determinado indivíduo portador de coronavírus, nas 48 horas antes de demonstrar sintomas, era feita com recurso à memória do próprio infetado. 

             Esta técnica era muito imprecisa, pois dependia apenas e só da memória visual do doente, não sendo por isso cem por cento eficaz. 
             Para melhorar esta imprecisão foram desenvolvidas várias apps que permitem identificar se um sujeito esteve em contacto, nos últimos dias, com alguém infetado. Esta deteção, têm por base o rastreamento de contactos dos telemóveis e para esta medida se tornar eficaz é necessário que a mesma seja instalada por cerca de 50 por cento da população. 
             No entanto, como sabemos, ainda existem hoje em dia, muitas pessoas que não têm acesso a estes dispositivos, e por isso as técnicas manuais anteriormente referidas, continuarão a ter um papel fundamental na prevenção do coronavírus.


Funcionamento da app


             Esta aplicação funcionará através do sistema Bluetooth, não permitindo desta forma, aceder à localização de cada indivíduo, esta, uma dúvida que tinha sido muito levantada nos últimos dias. Para proteger a identidade de cada pessoa, cada telemóvel passará a emitir o seu próprio ID, como forma de identificar cada utilizador da app.
Em seguida apresentamos de forma mais detalhada o funcionamento desta app:


Foto: RTP


O contágio não acontece só dentro do país


             Cada país da União Europeia tem vindo a desenvolver as suas próprias apps de rastreamento de contactos, todavia, para o bom funcionamento desta medida é necessário que todas elas estejam interligadas. Esta conexão vai permitir que a mesma continue a funcionar fora das fronteiras, possibilitando assim que um cidadão que se desloque para outro estado membro continue a saber se esteve em contacto com alguém infetado.


Já existem aplicações de rastreamento fora da União Europeia


             Desde o início da pandemia foram criadas inúmeras aplicações semelhantes às que agora vão entrar em funcionamento na União Europeia, sendo a China, Coreia do Sul e Singapura pioneiras neste projeto. No entanto, contrariamente ao que acontece na Europa, grande parte destas aplicações não protegem a privacidade dos cidadãos revelando alguns dos seus dados pessoais. 
             Por exemplo, em Singapura, existem aplicações que revelam informações pessoais do infetado, como a idade, o género, o local de trabalho e em alguns casos a sua própria residência. Já na Coreia do Sul, alguns softwares, com recurso à localização dos telemóveis, são capazes de mostrar alguns dos últimos locais frequentados por um infetado, bem como a hora em que os visitaram, publicando esses e outros detalhes num site do Governo.


O que se conclui?


             Para terminar o artigo de hoje, concluimos que esta app é bastante benéfica para o controlo desta nova pandemia, podendo diminuir substancialmente o número de infetados, assim como controlar os focos e cadeias de transmissão. Contudo, para que a mesma tenha sucesso, esta deve respeitar os direitos dos cidadãos, não revelando quaisquer dados pessoais, algo que acontece, infelizmente, em alguns países asiáticos.

Obrigado,
Miguel Tavares

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